Mandala Jardim Trololo

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domingo, 23 de outubro de 2011

70 Anos do Parque Estadual Morro do Diabo

Em setembro estive na região do Pontal do Paranapanema ministrando um curso de planejamento participativo para técnicos da assistência rural a assentamentos da reforma agrária, da Fundação Instituto de Terras de São Paulo - ITESP. Uma das turmas, a de Teodoro Sampaio, escolheu como local para o curso o Parque Estadual Morro do Diabo (PEMD), que completa em 2011, 70 anos de sua fundação.

O Morro do Diabo é uma montanha com formato de platô e há muitas histórias sobre seu nome. A mais interessante, que se remete à drástica história de ocupação desse território, é sobre as inúmeras chacinas que o Bandeirantes fizeram contras as etnias indígenas Caiuás e Caigangues e as ações revoltosas dos índios, configurando cenas de guerra e matança.

Foi um privilégio estar ali, entre os Rio Paraná e Paranapanema, conhecer a Lagoa Verde e saber que ainda existe um fragmento bastante expressivo da Mata Atlantica original daquela região.

 Foto Oficial do PEMD (não é minha)

 Foto Oficial da Lagoa Verde (não é minha)

Pudemos tb conhecer o Assentamento Riberião Bonito, que agrega 196 famílias! (fotos abaixo, minhas)

Por um lado, a gente fica um tanto triste ao ver que nos quase 700 km que separam Sampa de Teodoro, a paisagem é basicamente composta de pasto, com um ou outro fragmentozinhos de mata, muito parcos. Pensar que ali tinha mata fechada, com muitos povos indígenas, fauna e flora, é estranhos pacas. Não sobrou praticamente nada. Por isso o PEMD é tão importante e é legal que seja imenso, pelo menos ainda há animais como onças pintadas, onças pardas, antas, inúmeros tipos de tatus, pássaros e macacos, entre eles os micos leões pretos, endêmicos dessa região oeste de Sampa.

Por outro, é bom saber que finalmente o PEMD abriu as porteiras para o público e as escolas, chamando as pessoas para conhecerem e compreenderem um pouco mais sobre as questões socioambientais e, possivelmente, se engajarem nelas. Assim fica um pouco mais fácil discutir os modelos de ocupação do solo, os modelos de produção, os modelos de desenvolvimento que temos hoje e pensar que outros são possíveis e desejáveis. É um pulo grande, mas se o Parque se isola da população, isso vira um abismo intransponível. É bom os ambientalistas acordarem para a importância da adesão da sociedade, senão nunca terão força para elevar as questões ambientais de fato à pauta política. E com a compreensão de que as questões sociais estão intricadas em todas as outras, poderão somar forças, através da conscientização dos ambientais pelo social e dos sociais pelo ambiental. Particularmente aposto nesse caminho. Acho mesmo que não há outro.

Aqui um llink de uma filmagem super amadora, dos guardas parques que vêem uma onça bem na entrada do PEMD e ficam surpresoa e maravilhados, entre o medo e a admiração.
http://www.youtube.com/watch?v=eKb91l2vmoM&noredirect=1

Abaixo um trecho do artigo da Fundação Florestal sobre o aniversário de 70 anos do PEMD. Quem tiver interesse, o conteúdo completo está em:
http://www.fflorestal.sp.gov.br/noticias2.php?id=270

"A grande extensão da área do PEMD e seu bom estado de conservação permitem a ocorrência de importantes espécies da fauna, algumas citadas em listas de animais brasileiros ameaçados de extinção, como a anta, a queixada, o bugio, o puma, a onça-pintada, e outros felinos.

Também as aves, as borboletas e as mariposas devem ser citadas, pois encerram uma fantástica diversidade, mas, sobretudo, o mico-leão-preto, uma das espécies de primada mais ameaçadas do mundo, que possui aqui sua maior população livre na natureza.

O geógrafo Aziz Ab’Saber explica que a grande diversidade de formas de vida existentes no PEMD se deve ao fato de estar numa zona de tensão ecológica incrustada numa região outrora refúgio do Pleistoceno. Na vegetação observam-se gigantes mandacarus, espécie típica do agreste brasileiro, entremeados em imensas perobeiras e ipês roxos, magníficos exemplares da mais pura Mata Atlântica interior, bem como também manchas de vegetação típicas de cerrado, entremeadas em densa floresta estacional semidecidual, associações senão únicas, muito raras de serem encontradas. Portanto, conservar o PEMD fomenta a conservação dos diversos fragmentos de mata ao seu redor, cujos tamanhos variam desde manchas com menos de 100 acatares até alguns com cerca de 2.000 ha promovendo-se a conexão entre eles e melhorando o seu status de conservação."

Na estrada, o Morro do Diabo

Pôr do Sol

"Pé de ninho de guacho"

zoom

Morro do Diabo

Identificação de Assentamentos Estaduais, com a placa do ITESP

Visto do Morro do Diabo já dentro do Assentamento Ribeirão Bonito

Assetamento, Parque, Morro

Produção leiteira do Assentamento, Parque, Morro

Posto de Saúde do Assentamento

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Primavera

Tá certo que desde 23 de setembro é Primavera oficialmente. Mas já que como blogueira sou uma ótima educadora, andei por aí pelo estado de São paulo a dar cursos sobre planejamento participativo e não pude postar a tempo. Mas ainda tá valendo!
Salve, salve, primavera! Venha encher nossos sentidos com cores, cheiros, cantos, gostos e formas!
Conclamo a pequena flor desta família a saudar a prima-vera com sua alegria contagiante. Salve, Rosinha!

 desenho Primavera

 "Buquete", na língua da Rosa, de flores de ipê rosa caídas no chão

 Rosinha singela

E agora, mais um pouco da colheita deste ano: moranguinhos silvestres, pitanguinhas e amorinhas, delícinhas!