Dércio Marques
No meu jardim, no meu jardim
As flores falam
E sabem ler, sabem entender a dor que calam
Quem cala não consente
As flores sabem mais
da dor que a gente sente
a dor nos vegetais
adoronos vegetais
O girassol. o girassol
mudou de rua
virou de costas para o sol
namora a lua (está de lual)
E o mal-me-quer
E o mal-me-quer
Expira e exala
pra coroar seu bem querer se despetala
Quem cala não consente
As flores sabem mais
Em silêncio elas sentem Ador nos vegetais
Segredos vegetais
Se eu pudesse ser madeira
Eu queria ser vara de marmelo
Carregar fruto maduro
Ser doce puro, sol amarelo
No meu quintal, no meu quintal
bicho da lua
falou assim ao urutau
qual é a tua
Me disse assim um japonês
Seo Watanabe
Por mais que o home seja ruim
que não se acabe
Quem cala não consente
As flores sabem mais
A dor que a gente sente
A dor nos vegetais
Adornos vegetais
O meu destino, o meu destino
é ser um bosque
com muita flor (como um castor)
muito cipó
que nos enrosque
Se eu pudesse ser roseira
eu queria dar rosa bem cheirosa
pra enfeitar moça faceira
morena bela, mulher formosa
Cor do sol, cor do sol
O meu jardim, o meu jardim
É atrás de um prédio
onde um jasmim
disse: ai de mim
morro de tédio
Disse o angelim ao alecrim
que o amor é um duende
amor é coisa de jardim
flor não se vende
Quem cala não consente
As flores sabem mais
em silêncio elas sentem
segedos vegetais
segredos vegetais
No meu jardim, no meu jardim
nasce uma hera
me surpreendeu em pleno abril
a primavera
E o meu destino, o meu destino
É ser um bosque
com muita flor
muito cipó
que nos enrosque
Quem cala não consente
As flores sabem mais (não é castor?)
Da dor que a gente sente
A dor nos vegetais
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